quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Do amor a obsessão: Mulheres que amam demais.


O ciúme está presente em quase todos os relacionamentos, em dose certa pode ser até considerado saudável. Mas como saber quando esse sentimento passa dos limites, e começa a afetar não só a vida amorosa, mas todos os campos dela? Muitas vezes esta doença caminha junto com o excesso de amor.

É o caso da assistente financeira, Marina (nome fictício), 29 anos, conta que descobriu que havia passado dos limites, mas quando certa vez o namorado quis terminar o relacionamento ela chegou a propor que até aceitaria ser traída para não vê-lo sair de sua vida. “Percebi que estava doente quando implorei ao meu namorado que não me deixasse, disse a ele que eu o dividiria com outras se fosse preciso. Até suicídio eu ameacei o que nada adiantou”.
Com o intuito de ajudar mulheres como Marina, nasceu o grupo MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas), baseado no livro de 1985, que traz o mesmo nome, com autoria da psicóloga americana Robin Norwood. No Brasil a primeira reunião foi feita em São Paulo no dia 16 de abril de 1994, por uma mulher (anônima) casada com um dependente químico, que se identificou com a proposta do livro.
Hoje o MADA está presente em 13 estados e Distrito Federal, com 40 reuniões semanais Brasil a fora. Para frequentar os encontros não é preciso pagar nada, nem se identificar, basta somente ir e ouvir os depoimentos, e assim perceber que não é um caso isolado, esse problema afeta muitas pessoas, independente da classe social, cor, idade e até sexo, já que também existe o HADEs (Homens que Amam Demais Anônimos).
Em entrevista ao site acessa.com a neurologista Sandra Fortuna explica que “podemos entender que as pessoas que amam demais, na verdade, apresentam uma dependência emocional que pode trazer todas as repercussões danosas ao homem, tanto quanto qualquer dependência química. Ocasionando alterações psicossomáticas levando a pessoa a adoecer e, por tanto, causando sofrimento”.

Depois de todo o sofrimento que Marina passou ela já pensa em procurar ajuda. “eu ainda não tive coragem de ir a uma reunião, mas já pesquisei tudo que podia pela internet, li todos os depoimentos, e descobri que eu sou sim uma mulher que ama demais. E o primeiro passo eu já dei, admitir isso”.

Características da mulher que ama demais

Pesquisas feitas pelo próprio grupo MADA revela que geralmente a mulher que ama demais, tem algum desajuste emocional que vem da infância, ou até mesmo do relacionamento com os pais e entes mais queridos. Por isso fica superatenciosa com o parceiro, principalmente quando ele se mostra carente. Com medo de ser abandonada, faz qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento. Arca com todas as culpas e falhas em todos os relacionamentos, sua auto-estima está criticamente baixa, e no fundo não acredita que mereça ser feliz. Tende a ter momentos de depressão, e tenta previní-los através da agitação criada por um relacionamento instável. Começa a ter comportamento diferente, atitudes e reações controladas somente pelo amor e ciúme excessivo, sem pensar nas consequências. O importante é a mulher ter consciência de que esta realmente doente, além de grupos de ajuda, deve procurar assistência médica psicológica.

Por Heloise Félix

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