quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A doença de ser normal

Você anda desesperada com a chegada do verão e precisa a qualquer custo perder aqueles dois quilinhos imperceptíveis que estão te tirando o sono? Ou você acha que para ser normal é preciso ser alegre, bela, sociável, caber num manequim 36 e ser bem sucedida? E caso não se encaixe nesses padrões fica deprimida? Cuidado, você pode está doente, sofrendo de “Normose”.
“Normose” é o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, modos de pensar ou de agir aprovados por um consenso ou pela maioria da população. Ela pode nos levar a sofrimentos, doenças ou até mesmo a morte. A “Normose” nos faz agir de maneira inconsciente.

Por exemplo, todo mundo quer se encaixar num padrão, só que o padrão propagado não é fácil de ajustar. E quem não consegue essa façanha acaba adoecendo: depressões, bulimias, anorexias.
A “Normose” nos faz ignorar a sensibilidade e o respeito ao outro. Faz com que muitos indivíduos prefiram o ter ao invés do ser. O doente da normalidade é egoísta e extremamente perigoso para a sociedade.





O professor Hermógenes Prado, 86 anos, considerado o fundador da Ioga no Brasil, disse em entrevista que o ser humano está sofrendo cada vez mais de “Normose”. Ele ensina ainda, que antes de se deixar contaminar por essa doença é preciso se perguntar: “quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos dando tanto poder sobre nossas vidas?” Melhor se preocupar mais com você mesmo.


Entretanto, não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. É preciso viver a vida do seu modo, desenvolver sua personalidade própria e não seguir todas as regras. O normal de cada um tem que ser original, tomar as ilusões dos outros para si é fraude, e uma vida fraudulenta faz sofrer demais.


Viver num mundo repleto de superficialidades, obsessão por consumo e manutenção de “status” são algumas condutas sutilmente interiorizadas, mesmo sem significado real para o nosso próprio crescimento.


A “Normose” está também na sexualidade, o rompimento com antigos e rígidos padrões de relacionamento acabou por incentivar situações fúteis e passageiras. Muita gente acabou por trocar intimidade e espontaneidade por indiferença e promiscuidade.


Enfim, para banir a “Normose” é preciso caminhar equilibradamente rumo a um futuro próspero, onde o processo seja não só o resultado de transformações urgentes mas, sobretudo, baseado em valores sólidos e conscientes.




Por Heloise Félix

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