quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um problema mais que supérfluo

No livro Mal Estar na Civilização (1930), Freud discute a repressão que é imposta pela e à sociedade. Cada indivíduo está exposto a um tipo de policiamento, o que inibe o desenvolvimento do ser humano. Uma das consequências dessa repressão é o consumismo, problema que atinge em sua maioria as mulheres.

Sair para fazer compras, se descontrair, tirar o estresse do dia-dia é um bom motivo para o consumo sem necessidade, porém quando o ato de comprar é feito somente por impulso, passa a ser chamado consumismo. Este consumismo caracteriza os chamados compradores compulsivos e a doença chama-se oneomania e pode acarretar sérios problemas, não somente na vida pessoal, mas na profissional também.


Larissa França, acadêmica do curso de Direito, tem 20 anos de idade, sente os efeitos desse problema. “A pior consequência foi perder minha liberdade, pois meus amigos e minha família me policiavam. Quase perdi meu emprego. Com o passar do tempo devia mais do que ganhava e os credores iam ao meu trabalho para me cobrar, me deixando constrangida, atrapalhando meu convívio com as pessoas.”, destaca Larissa.


Outro vilão do consumismo é a publicidade que por meio da TV, do cinema e de muitas propagandas, induzem os expectadores ao consumo exagerado. Comprometendo com o futuro, a saúde do consumidor compulsivo e de sua própria família.


Segundo o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de Săo Paulo, três em cada dez brasileiros, a maioria mulheres, compram compulsivamente. São pessoas que desfrutam do momento da compra, mas não do produto comprado. “Quando compro alguma coisa com certeza penso em mim, na minha vontade e no meu desejo de comprar, mas sempre compro quando estou muito feliz ou triste, aí você se completa fazendo o que gosta que no meu caso, comprar.”, afirma Larissa.


Na oneomania a baixa estima e o sentimento de vazio săo constantes. Depois da compra vem a sensaçăo de culpa. Já que os compradores compulsivos priorizam o consumo de bens desnecessários ao invés do pagamento de despesas básicas e investimentos. “A ajuda só vem quando você assume que está realmente doente, mas antes que isso aconteça, é preciso passar por altos e baixos, quando as dívidas são tantas que o salário não é mais o suficiente.”, lamenta Larissa.


Para o tratamento da doença é necessário estabelecer uma relação vantajosa e saudável com o consumo. A imposição de limites é a chave pra se reduzir com o consumismo exacerbado e manter a saúde tanto física, quanto financeira.




Por Heloise Félix

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