Tão seco quanto o adeus da mãe do retirante que se retira pra ir viver desgraça noutro lugar;
Tão seco quanto o solo de sua roça que virou só pó pro mundo empoeirá;
Tão seco quanto o terreiro de seu barraco que num tem água no mundo que consiga barrufá;
Tão seco quanto o corpo do menino que não come tem sete dia, pois acabou a tapioca e o fubá;
Tão seco quanto o espim do xique-xique que pra não morrer pisado aprendeu a espinhá;
Tão seco quanto os zóio da menina que de tanto apanha da vida não consegue mais chorá;
Tão seco quanto o jaleco do vaqueiro que num tem ispim de quiabento que consiga lhe ralá;
Tão seco quanto o mato da caatinga que uma fanisca de fogo pode o mundo clariá;
Tão seco quanto o golpe de foice da véia morte, do qual ninguém há de iscapá
Tão seco quanto a fé da minha gente de que um dia tudo há de miorá;
Tão seco quanto o grito do sertanejo, o canto do sabiá.
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