quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Centro Universitário da Bahia (Estácio- FIB) Salvador 05/03/2010
Curso: Jornalismo 5° semestre
Professor: Francisco


Por: Luzia Ferreira



Você me vê, nas ruas!

Abusada aos 11 anos, por seu próprio pai, Mica dos santos hoje aos 37, vive com obesidade mórbida, ela mal consegue se locomover. Nas calcadas do centro da cidade no bairro de Nazaré, em Salvador, Mica tem a esperança de conseguir ter vida normal e ainda sonha ter um lugar para morar. “Para mim não basta só um prato de comida, preciso de um internamento”, desabafa Mica.
Foto: Luzy Ferreira

Vivendo o mesmo drama Ilaine Dos Santos de 27 anos, foi agredida por sua madrasta. “Várias vezes ela me queimava”. Mostra as cicatrizes no rosto. Como as brigas eram constantes, o pai a expulsou de casa, preferindo sua madrasta. Há 18 anos, morando nas ruas, ela diz que o pai nunca a procurou. Por diversas vezes ela, foi abusada sexualmente, por outros moradores de rua e até por homens casados. Eles usam essas meninas para se divertiterm.


“As ruas foi o único lugar que encontrei para não ser espancada pela minha madrasta”, diz Iliane. Mesmo nas ruas procura manter-se limpa, sua higiene pessoal, é feita na Instituição Vida Brasil. ONG, criada em Salvador em 1996. A organização atua benificiando,crianças ,adolescentes, mulheres, deficiêntes fisíco e moradores de ruas. Defensora dos direitos humanos, ajuda na participação ativa dos indivíduos na construção de uma sociedade mais democrática e justa.

Pessoas com transtornos mentais, abandonados pela família, imigrantes, desempregados, dependentes químicos, ex-presidiários, e até trabalhadores. Esses são alguns dos diversos perfis das pessoas que se utilizam da rua como abrigo ou moradia. Apesar de serem vistos como um grupo homogêneo, os “moradores de rua” são pessoas de realidades variadas. Até mesmo a pobreza, não está presente em todos os casos.

O numero de moradores de ruas cresce a cada ano. No Brasil tem Aproximadamente 1,9 milhão de pessoas que estão nas ruas. De acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social, feito com base em 76 municípios, a pesquisa mostra que de 0,7% a 1,5% da população brasileira vive de modo provisório ou permanentemente nas ruas. Na cidade de Salvador, a estimativa é de que haja 8.394 pessoas nessa situação. O estudo revela que a principal dificuldade na reabilitação é a obtenção de alguma fonte de renda para que as pessoas consigam reorganizar suas vidas.

Devido o tratamento familiar, crianças e adolescentes de 10 a 18 anos, saem mais cedo do convívio doméstico. A maioria viciados em drogas e outros por sofrem agressões no próprio ambiente aonde vive. Com tanta pressão, esse indéviduo adota as ruas como seu novo lar.

Assim aconteceu com Luiz Carlos Santos, conhecido como Neguinho, morador da Estação da Lapa há sete anos. Ele está nas ruas porque, presensiou o pai torturando sua mãe, sobre efeito da cocaina. O destino de Luiz não foi diferente, aprendeu a usar intorpecente com o pai, aos 10 anos . A facilidade com as drogas, tornou – o dependente quimico, para manter esse vicio, comecou a pratica assaltos, frequentes nas escadaria da Estacão da Lapa.

Os confrontos entre as famílias refletem sobre essas crianças, que estão em formação. O convívio conturbado interfere na educação desse indivíduo. Diz Maria Tereza Coordenadora do instituto da criança e do adolescente.

Nas ruas eles buscam liberdade e sobrevivência, desafia seu próprio destino, encontram pessoas na mesma situação, assim sentem-se à-vontade no novo ambiente. Como conta, Maria de Lourdes de Jesus, 44 anos, Moradora da invasão Vila Paraíso - Engenho Velho de Brotas. Com cinco filhos, moram em Barraco de madeira, de um cômodo. “Então, meus filhos saem, porque se sentem presos aqui”. Ela fala de seus filhos mais velhos, Valmir de 12 e Marcelo de 14 anos, que passam mais tempo nas ruas do que em casa. “Às vezes eles passam um mês sem aparecer em casa”. Diz Lourdes.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, em 2009 foram às ruas de Salvador e totalizaram através de pesquisa e abordagem uma quantidade de 4.920 moradores de rua. Mais segundo a (Sedes), este número não corresponde à totalidade das pessoas que moram nas ruas. Esses indivíduos não são incluídos no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), portanto, não há dados concisos sobre quantos moradores tem na cidade de salvador.

Por meio da Sedes, moradores recebem atendimento feito por agentes do mesmo. Eles percorrem as ruas em busca dessas pessoas, para que possam preencher ocasionais vagas nos dois abrigos da cidade. O Albergue Municipal, em Roma, e a Casa de Passagem, na Barroquinha. Os dois somam 240 leitos. “Dentro dos abrigos, damos oportunidade a essas pessoas de prover seu próprio sustento”. Explica a gerente de integração da Sedes, Conceição Nascimento.

A prefeitura tem um programa de auxílio aluguel, para integrantes que passam pelos albergues. Elas recebem um abono de 100 mensais para ajudar a pagar a moradia, durante seis meses. E ainda poderá ser renovado, até que essas pessoas voltarem ao mercado de trabalho. A prefeitura tem novos projetos para adotar medidas de inclusão. De acordo com a Secretaria da Sedes, Maria das Dores Bruni. "Em breve, estará em funcionamento um Centro de Integração, ao lado do albergue da Calçada. Um conjunto de abrigo também será construído em Cajazeiras. Nestes locais, serão realizadas oficinas e outras atividades profissionalizantes, que ainda estamos definindo”. Conclui Bruni.

Pessoas com transtornos mentais, abandonados pela família, imigrantes, desempregados, dependentes químicos, ex-presidiários, e até trabalhadores. Esses são alguns dos diversos perfis das pessoas que se utilizam da rua como abrigo ou moradia. Apesar de serem vistos como um grupo homogêneo, os “moradores de rua” são pessoas de realidades variadas. Até mesmo a pobreza, que comumente é associada ao grupo, não está presente em todos os casos.

Fontes:

Mais informações: Associação Vida Brasil(www.vidabrasil.org.br)
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social
comunicacao@vidabrasil.org.br
Adilma Santana - adilma@vidabrasil.org.

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