quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Festas, polêmicas e títulos: é a vida das novas revelações do futebol

Luiz Fernando Gomes

Futebol é um mundo repleto de fama e dinheiro. Muitas vezes de forma tão fácil e rápida que faz com que “meninos” se deixem levar pela badalação que envolve o esporte. Mas nem tudo é só alegria e pode se tornar perigoso se essa nova geração não tiver os pés no chão e cabeça no lugar para saber lidar com o planeta da bola.

“Eu acredito que é necessário um trabalho com esses atletas para que eles aprendam a lidar com isso, o que não significa que deva ser com um psicólogo. Há muitas formas eficientes de exercer este tipo de trabalho e há muitas esferas que precisam ser englobadas para que este aprendizado se dê da melhor forma”, declarou Eric Dunham, Psicólogo, formado pela Unifacs. Segundo ele, o psicólogo pode ser útil sim, como um trabalho especializado e com técnica voltada para isso.

O elenco do Santos ficou conhecido como os “Meninos da Vila”, pela pouca idade dos jogadores, além da descontração dentro e fora de campo. Esses garotos vêm encantando os brasileiros com seu futebol ofensivo, vistoso e alegre. Eles chamam atenção não só pelo estilo de jogo cada vez mais raro, como também pelas comemorações desinibidas apresentadas a cada gol marcado.

Mais nem tudo é só alegria e bom futebol. Os “meninos” chamados também de ”moleques” pela imprensa, já se envolveram em polêmicas e em alguns casos passaram dos limites. Já foram noticiadas brigas infantis entre jogadores e atrasos depois de saídas noturnas, fatos que podem prejudicar o andamento do planejamento de um clube.

Uma das últimas polêmicas foi protagonizada pelos jogadores do time reserva, que entraram no twitter, uma das redes socias mais acessadas na internet, através de uma câmera, e interagiram com a torcida. Mas, acabaram discutindo com torcedores. O goleiro Felipe,que está atualmente na reserva do time, respondeu a um torcedor que o criticava que "o dinheiro que eu gasto para comprar a ração do meu cachorro é o seu salário”.

Muitos desses jogadores cresceram acompanhando ídolos bad boys como Romário e Edmundo, que brilhavam dentro de campo, mas fora dele davam vexame. Romário sempre foi conhecido pelos casos extraconjugais e as fugas da concentração para freqüentar bares e boates, mesmo assim obteve uma carreira vitoriosa, sendo o destaque na conquista da Copa do Mundo de 1994 e eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA no mesmo ano. Já Edmundo foi ainda mais polêmico durante a sua carreira. Ele além de marcar diversos gols pelos times que jogou, ficou marcado pelo temperamento explosivo, que resultou em diversas expulsões.

A solução que os clubes têm é de disponibilizar um profissional da área de psicologia para acompanhar as jovens revelações do futebol, dando conselhos para que eles estejam preparados para lidar com o sucesso rápido, o dinheiro fácil, o assédio do público e a lidar com situações difíceis, como perder um título e saber separar a vida dentro de campo, com a vida fora dele.

Segundo o ex-coordenar técnico da divisão de base do Esporte Clube Bahia, Sérgio Moura, uma das preocupações é com o ser, “porque nós sabemos que nesse processo alguns jogadores não chegarão ao profissional. E por estarem em confinamento, não têm tempo de cumprir atividades normais para a idade, mas o clube se preocupa no aspecto do futebol e da formação de cada atleta como cidadão”.

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