quinta-feira, 11 de novembro de 2010

As baianas e o acarajé


Consideradas peças fundamentais da cultura baiana e brasileira, as baianas do acarajé, – como são nacionalmente conhecidas - representam a diversidade cultural existente na Bahia. De origem africana, o acarajé, bolinho feito de feijão e completamente ligado ao candomblé- o nome original é akará= bola de fogo e jé = comer, quando unidos e abaianados, torna-se o famoso Acarajé, que surgiu como oferenda ao orixá Iansã -, explica tanta diversidade, ao mesmo tempo que “quebra” alguns preconceitos. Sim, pois basta ir ao tabuleiro da baiana para encontrar pessoas de todas as religiões e doutrinas, que esquecem as crenças e diferenças na hora de se deliciarem com a iguaria.
A consultora de vendas, Arelice Santos, fala da sua paixão pelo bolinho. “Sou apaixonada por acarajé. Se eu pudesse, comeria todos os dias”, conta.
O poeta baiano Dorival Caymmi, famoso por declarar seu amor pela Bahia através de suas poesias, teve como inspiração para uma de suas músicas, que faz sucesso até hoje apesar de composta há décadas, intitulada “O que é que a baiana tem?”. Na composição, o também escritor nomeia os inúmeros adereços que compõe o figurino da baiana, como brinco de ouro, saia rodada, sandália enfeitada e etc.
Apesar de parecer apenas uma descrição literal da figura que a baiana do acarajé representa, há quem diga que por de trás dessa simples e direta letra de música, Caymmi deixou subentendido que a baiana é diferente. Diferente na forma de pensar, na forma de falar e acima de tudo na maneira de agir. Afinal de contas, quem é baiano – ou convive com um- sabe que nós baianas somos “arretadas”, e ficar quieta diante de qualquer preconceito ou injustiça? Aonde!
Por Glauce Guimarães

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