quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Faça o seu


Faça o seu

Será que vale a pena produzir um CD fora do estúdio profissional?


Há oito meses em Mussurunga, bairro de Salvador, surgiu a banda Os Parceiros. Oito amigos tiveram a idéia de formar um grupo de Partido Alto, uma mistura de pagode romântico com o samba mais agitado.

Eles, desde a formação da banda se empenharam e procuraram escutar as músicas que entrariam no repertório. No início ensaiavam todos os dias. Depois as reuniões foram reduzidas. Com um mês o grupo passou a fazer apresentações nos finais de semana em bares e barracas de praia. Um amigo dos integrantes, que trabalha com produção de CD sugeriu que a banda gravasse músicas para divulgar o trabalho. Os componentes acreditaram na idéia e decidiram gravar no Home Studio montado na casa do bangista, Rildo dos Santos. “A dificuldade de conseguir dinheiro para o pagamento de uma gravadora profissional foi o que nos levou a gravar desta forma”, afirma Rildo.

O espaço utilizado era uma sala de estudos. Um ambiente fechado e quente, com 6 metros quadrados, onde cabem 10 pessoas, no máximo.

A preocupação da banda é com qualidade do produto a ser divulgado. Segundo Fernando Gundlach, produtor musical profissional, o resultado final do trabalho realizado em Home Studio depende muito do técnico.
A criatividade na produção de um CD em estúdio amador faz a diferença. “O Home Studio tem vantagem sobre uma gravadora, o grupo pode gravar ou modificar uma mídia a hora que desejar”, diz Fernando. Mas os equipamentos eletrônicos, a sala acústica bem tratada e a sala de técnica são o diferencial do estúdio convencional.

O responsável pelo processo de gravação dos Parceiros é Jorge Augusto. Ele exerce este trabalho de forma amadora, além de fazer parte da “produção” da banda. Ele considera que qualquer pessoa, instruída e com os equipamentos necessários, pode produzir um CD. A soma de todos os materiais chega a 4 mil reais. “Um produtor amador pode receber, no mínimo, 300 reais por um único CD”, explica.

A produção, de acordo com a banda, deverá ser finalizada até janeiro de 2011. “A demora da gravação é por conta da falta de compatibilidade de horário dos componentes”, diz Rildo.

Outra banda que passou por este processo amador foi a Black Style. Um grupo conhecido dentro do estilo musical do pagode baiano. Surgiu há mais de 2 anos e, hoje, realiza shows em Salvador e diversas outras cidades do Brasil. “O trabalho inicial foi maravilhoso, nos ajudou a divulgar as nossas músicas, somos reconhecidos em todos lugares que vamos”, afirma o cantor Robson Silva.
A idéia de gravar um CD surgiu por acaso. Durante uma das apresentações da Black Style, um vizinho gravou o áudio. As músicas foram escutadas por várias pessoas. Os músicos começaram a perceber o crescimento do público nos shows. Dias depois resolveram produzir seu próprio disco. “A recompensa deste tipo de trabalho só percebemos quando chega às mãos do público”, conclui Robson.




Box

COMO MONTAR UM CD
O passo a passo para produzir a mídia em um Home Studio
1º Equalização dos instrumentos – na mesa de som, o operador verifica se o volume, os graves e agudos estão uniformes;
2º Captura do áudio e da voz – utiliza o microfone para conseguir o áudio de instrumento por instrumento;
3º Tratamento da música – é a montagem da música. É feita com um software, cada instrumento é capturado individualmente pelo produtor;
4º Salvar – após a montagem da música, salva no arquivo do computador em formato Wave;
5º Processo da mídia – ocorre após a edição, a inclusão das músicas na mídia (CD).

O QUE VAI PRECISAR...
Um software
Um equalizador digital
Uma Mesa de som
Um fone de ouvido para o produtor e outros para cada músico
Quantidade a depender do número de instrumentos e de integrantes
Um cabo de entrada e de saída
Duas caixas de som
Fonte: Produtor musical amador, Jorge Augusto.


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