quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Bullyng não é brincadeira

Nos últimos tempos muito tem se ouvido falar sobre o bullyng. Mas na verdade o que significa esse comportamento, muita gente não sabe. Pouco estudado e pouco difundido no Brasil, o bullyng são atos agressivos físicos ou verbais repetitivos sem motivação aparente. Uma forma de agressão muito comum nas escolas, onde as crianças que não tem muita noção de certo e errado acabam sendo as vitimas e também os agressores. E pela falta de informação e conhecimento de pais e professores, o bullyng quase sempre é tratado como uma brincadeira.
As manifestações características do bullyng são Intimidação, exclusão e depreciação, que surgem acompanhados a agressões verbais, xingamentos, apelidos que a principio parecem ser brincadeiras inocentes como “baleia”, “quatro-olhos”, “neguinho”, e até agressões físicas, como tapas, beliscões e empurrões. As vitimas independem de sexo, classe social ou cor de pele, mas as crianças pobres, negras ou com algum tipo de deficiência física são as mais afetadas.
Um desses exemplos é o caso de Milena (os nomes são fictícios a pedido dos entrevistados) uma criança com síndrome de Kabuk, portadora de necessidades especiais, que está sofrendo bullyng dentro da própria escola. Segundo Ana, mãe de Milena, colegas da turma do 6° ano, na faixa etária de 11 a 13 anos, chama sua filha de nojenta e até mesmo de vagabunda. Escrevem as agressões no próprio livro de Milena, o que acabou servindo de prova para que a mãe pudesse levar da coordenadora pedagógica da instituição.
A coordenação da escola agiu como deveria, chamou os envolvidos e a família das crianças para uma conversa alegando que não admitiria tal comportamento e, após outros episódios intensificaram uma campanha contra o bullying na escola, através de cartazes. Mas é difícil mudar o comportamento das crianças tão rápido, leva tempo. Assim como não é fácil recuperar o trauma causado em quem sofreu o bullyng.
“Aparentemente, quando estou presente, tudo parece bem, mas alguns fatos vem a atormentando a ponto de causar sofrimento emocional. Como mãe não suporto ver a minha filha sendo maltratada a ponto de estar chorando na escola quase todos os dias, apresentando episódios de auto-mutilação, evitando ir à escola quase todos os dias, não consegue acordar a tempo, alega dor de cabeça, cansaço, etc. Muitos desses sintomas ela já apresentava, mas as coisas se intensificaram nos últimos dois meses quando tudo começou a acontecer”, disse Ana mãe de Milena.
Segundo a psicóloga Ana Beatriz Barbosa Silva, para identificar o bullyng os pais tem que estar sempre atentos ao comportamento dos filhos em casa e na escola, a criança fica mais retraída, não é convidada para aniversários, se torna mais ansiosa, aflita, procura adultos para se proteger, tem maior irritabilidade, insônia, ataques de raiva, e pode até “comprar” os amigos, com objetos ou lanche, pra sair daquela situação.
As conseqüências que o bullyng pode causar são terríveis e irreversíveis a vida de uma criança e a sua família. O primeiro passo pra reconhecer a vitima são os sinais que ela apresenta: falta de vontade de ir a escola, não querer sair de casa, abandono dos estudos. Além dos sintomas que também aparecem como agressividade, stress, ansiedade e depressão.
O bullyng é uma violência silenciosa e está presente onde se menos imagina. A melhor maneira de ser combatida é denunciando, não sendo omisso, não silenciando e não deixando ninguém sofrer e o mais importante prevenindo. Procure ajuda da escola, de um profissional, ou se for preciso da justiça.

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